Regras Básicas para o Plantio

A maior parte das orquídeas pode ser plantada em vasos de barro ou plástico de tamanho compatível com o da planta. É aconselhável o replante anual, ou pelo menos a cada dois anos, em virtude da decomposição ou deterioração do material.
Eis aqui algumas regras úteis:
1 - Coloque uma camada de pedra no fundo do vaso (2 a 3 dedos) para permitir a rápida drenagem do excesso de água.
2 - Complete com substrato de sua preferencia. Se houver pó, jogue o substrato num balde com a água para dispensar o pó. As raízes necessitam de arejamento.
3 - Certas orquídeas progridem na horizontal (rizoma), Laelia e Cattleya, por exemplo, e vão emitindo brotos um na frente do outro. Para esse tipo de planta, deixe a traseira encostada na beira do vaso e espaço na frente para dar lugar a novos brotos. Comprima bem o xaxim para firmar a planta, (não enterre o rizoma, somente as raízes) a fim de que, com o vento ou um jato d’água, ela não balance, pois a ponta verde da raiz irá roçar o substrato, secar e morrer. Para saber se a planta está fixada está fixada bem firmemente, levante o vaso segurando pela planta. Se o vaso não desprender e cair, está firme. Se necessário, coloque uma estaca para melhor sustentação.
4 - Há orquídeas que dificilmente se adaptam dentro de vasos. Nesse caso, o ideal é plantar em tronco de árvore ou casca de peroba ou palito de xaxim, protegendo as raízes com um plástico até a sua adaptação. Alguns exemplos dessas espécies são: C. walkeriana, C. schilleriana, C. aclandiae, a maioria são: Oncidiuns, Leptotes, Capanemias.
5 - Orquídeas monopodias (que crescem na vertical), como Vandas, Ascocendas, Rhynchostylis, Ascocentrum, devem ser plantadas no centro do vaso ou serem colocados em cesto sem nenhum substrato. Nesse caso exigem um cuidado especial todos os dias. Deve-se molhar não só as raízes mas também as folhas com água adubada bem líquida. Por exemplo, se a bula de um adubo líquido recomenda diluir um mililitro desse adubo em um litro de água ao invés de um litro, dilua em 20 litros ou mais e borrife, cada duas ou três horas, principalmente em dias quentes e secos.
Você pode perder a paciência, mas não a planta. Como exigem alta umidade relativa, pode-se, por exemplo, usar um recipiente bem largo, como uma tina furada, encher de pedra britada e colocar a planta com o vaso sobre as mesmas, de modo que as pedras molhadas pela rega, assegurem a umidade necessária.

Floração

De um modo geral, cada espécie tem sua época de floração que é uma vez por ano.

Convém marcar a época de floração de cada espécie e examiná-las periodicamente, pois caso não floresçam nessa época, você poderá detectar que algo de errado poderá estar acontecendo com a planta e tomar providências.

Por exemplo; no verão, temos a floração da C. granulosa, C. bicolor, C. guttata. No outono, temos a C. violácea, C. luteola, L. perriri, C. bowrigiana. Na primavera temos C. warneri, L. purpurata, C. gaskeliana. Existem orquídeas, como certas Vandas, que, bem tratadas, chegam a florir até quatro vezes por ano (desde que não seja atingida por um inverno rigoroso), assim como as phalaenopsis também.

O mesmo ocorre com híbridos cujos pais têm épocas diferentes de floração.
Atualmente algumas plantas estão apresentando alteração no mês da florada em função de alterações climáticas.

Orquídea abortou a floração e secou. Orientações:

Abortar a florada é um mecanismo de defesa da planta. Quando sua planta está formando seus botoes e o ambiente onde ela se encontra sofre alguma alteração, ela se sente ameaçada e “joga fora” tudo o que não é necessário, preservando sua estrutura principal.

Como evitar o aborto da florada:

  • No período de floração não troque sua planta de local.
  • Evite ficar tocando a planta, a haste e os botoes; Evite molhar a haste floral em formação, regue apenas as raízes e substrato neste período.
  • Não mude ela para um ambiente com condições diferentes que o anterior;
  • Certifique-se de que sua planta está em um ambiente onde as mudanças de temperatura não são agressivas. Se sua planta fica na varanda de casa, e a região aonde você mora amanhece com 5 °C e a tarde já estão em 25  ou até 30 °C, a planta já pode interpretar isso como uma situação de risco e ativar seus mecanismos de defesa;
  • Proteja sua planta das mudanças de estação e dos consequentes ventos. Se este for o caso, coloque sua planta em um ambiente onde a corrente de vento não irá atingi-lá, assim a planta não sentirá as mudanças no clima;
  • E por ultimo: mantenha sua planta sempre adubada para que ela cresça sempre forte e na época de floração, você terá uma orquídea com flores maravilhosas.

    Alguns insetos voadores ou formigas também podem fazer a planta abortar quando ficam sugando o açucar que a haste libera durante sua formação. Deve- se ficar atento sobre essa questão.


Temperatura

Toda orquídea se adapta bem a temperaturas entre 15 e 25 graus centígrados. Entretanto, há orquídeas que suportam temperaturas mais baixas, como C. violácea, Diacrium, Galeandra, Acacallis.

Assim, devemos cultivar orquídeas nativas das imediações da linha do Ecquador, como C. áurea, C. eldorado, C. violácea, Diacrium, Galeandra, Acacallis.

Assim, devemos cultivar orquídeas que se aclimatem no lugar em que vão ser cultivadas. Caso contrário, o cultivo será muito mais trabalhoso, muitas vezes resultando em perda da planta.

Felizmente, no Brasil, a variação é adequada para milhares de espécies. Algumas se adaptam melhor no planalto, outras nas montanhas, outras nos vales ou no litoral, mas justamente a variação de clima e topografia propicia a riqueza de espécies que temos.

Água e Umidade

A umidade relativa do ar (quantidade de vapor d’água existente na atmosfera) nunca deve estar abaixo de 30%, caso contrário, as plantas se desidratarão rapidamente.

Em dias quentes, a umidade relativa do ar é menor, por isso é necessário manter o ambiente úmido e molhar não apenas a planta, mas também o próprio ambiente.

Num jardim, com muitas plantas e solo de terra a umidade relativa é bem maior do que numa área sem plantas com piso de cimento.

Nunca molhe as plantas quando as folhas estiverem quentes pela incidência da luz solar, pois o choque térmico pode causar pequenas lesões que servem de porta de entrada para doenças.

Molhe pela manhã ou no fim da tarde, quando o sol estiver no horizonte. Se precisar molhar durante o dia, espere uma nuvem cobrir o sol por cerca de 10 minutos para que as folhas esfriem. Somente, então , borrife as folhas pois umedece-las é extremamente benéfico.

Quando devo Molhar?

Ouvimos com freqüência esta pergunta e a resposta é infinitamente relativa. Se uma orquídea está plantada em xaxim com pó, a rega pode ser semanal, mas, se estiver plantada em piaçaba ou casca de madeira, a rega deve ser diária.

Quando se compra um vaso de orquídea, é útil verificar qual o substrato (material) em que está plantada, pois, dependendo dele, a secagem pode ser rápida ou lenta.

Os substratos mais comuns são:
1- Fibra de Côco: secagem moderada.
2- Musgo ou cubos de coxim: secagem lenta.
3- Carvão ou piaçaba: secagem rápida.
4- Casca de pínus: secagem moderada, quando sem pó, e lenta, se tiver pó.
5- Mistura de grãos de isopor, casca de pínus e carvão: secagem rápida.
6- Casca ou tronco de madeira: secagem super rápida.

A melhor maneira de regar é imergir o vaso num recipiente com água e deixar por alguns minutos. Se você molhar com um regador um vaso ressecado, pode ocorrer de a água encontrar um canal por onde escorrer e o resto do substrato continuar totalmente seco.

Um meio de verificar a umidade do vaso é aprender a sentir o peso, segurando com as mãos, ou através de um exame visual. Não use a mesma água em que foi mergulhado um vaso, para outros, pois se no primeiro houver fungos nocivos à planta, o outro vaso irá se contaminar.

Luminosidade

As orquídeas, como praticamente todas as plantas, realizam para se desenvolver um procedimento denominado fotosíntese, no qual utilizam a luz para sintetizar e aproveitar os nutrientes absorvidos por suas raízes e/ou folhas.

Luz é essencial. Uma planta não pode fazer sombra para a outra. O ideal é manter as plantas sob uma tela sombrite de 50 a 70%, dependendo da intensidade da insolação local.

Assim elas receberão claridade em luz difusa suficiente para realizarem a sua função vital que é a fotossíntese. Se as folhas estiverem com cor verde garrafa, é sinal de que estão precisando de mais luz.

E se estiverem com uma cor amarelada, estão com excesso de luz.

Existem orquídeas que exigem mais sombra: é caso por exemplo, das microorquídeas, do Paphiopedilum, da Miltonia colomiana.

Para estas plantas pode ser usada uma tela de 80% ou uma tela dupla de 50% cada.

Há outras que exigem sol direto, como a Vanda teres e Renanthera coccine que, se estiverem sob uma tela, poderão crescer vigorosamente, mais dificilmente darão flor.

A luminosidade ideal é aquela que faz com que as folhas apresentem uma coloração verde levemente amarelada, situação na qual as plantas irão se desenvolver e florir normalmente.

Insolação

Para grande parte das orquídeas a luminosidade indireta é suficiente.

Entretanto, orquídeas que tenham entre seus ancestrais plantas originária de praias, campos rupestres ou outros ambientes com muito sol podem ter necessidade de ficarem expostas ao sol por algumas horas.

Caso isso não ocorra, podem parar de florir ou apresentar um crescimento exagerado buscando a dirção do sol, tornando-se plantas muito flácidas e estioladas.

Duas a três horas de exposição ao sol pela manhã ou no final da tarde são suficiêntes para o desenvolvimento das plantas.

Ventilação

Na natureza as orquídeas ocorrem quase sempre em ambientes bem arejados e ventilados. Estas condições devem ser mantidas em cultivo.

Em ambientes mal ventilados as plantas demoram muito a secar entre uma rega e outra e podem apodrecer.

Além disso, em ambientes mal ventilados facilitam o desenvolvimento de pragas como fungos, bactérias e mesmo insetos.

Introduzir espaços entre uma planta e outra também ajuda na ventilação.

Adubação

As orquídeas necessitam de alimento como qualquer outro planta.

Quando o adubo for líquido, dilua um mililitro (é igual a um centímetro cúbico) em um litro d’água numa freqüência de uma vez por semana.

Essas soluções podem atuar como adubo foliar mais nunca aplique durante o dia, pois os estômatos das folhas (minúsculas válvulas) estarão fechados. Faça-o de manhã, antes do sol nascer, ou no fim da tarde, molhando os dois lados das folhas (o número de estômatos é maior na parte de baixo das folhas).

Concentração de adubo menor do que a indicada acima ou pelo fabricante nunca é prejudicial. Se diluir o adubo citado acima (um mililitro ou uma grama) em 20 litros de água (ou mais) e com ele borrifar diariamente as plantas, você pode obter excelentes resultados.

Corresponde a um tratamento homeopático. Dosagem maior que a indicada funciona como veneno e pode até matar a planta.

Se o adubo for sólido, insolúvel na água, como o adubo da AOSP, deve ser colocado diretamente no vaso, numa média de uma a duas colheres de chá, dependendo do tamanho do vaso, uma vez por mês. É preciso cuidado para não jogar diretamente sobre as raízes expostas.

Obs. : Cessar a adubação quando o pseudo-bulbo estiver amadurecido, exceto para monopodias que tem crescimento contínuo.

Quando Dividir, Plantar e Replantar

A divisão e replantio devem ser feitos quando a planta estiver emitindo raízes novas, o que se percebe pelas pontinhas verdes nas extremidades das raízes.

Quando for dividir a planta, cada parte deverá ficar com, no mínimo, três bulbos, tendo-se o cuidado de não machucar as raízes vivas, o que se consegue molhando-as pois ficam mais maleáveis.

Sempre flambeie com uma chama (de um isqueiro, por exemplo) o instrumento que vai usar para dividir a planta, para ter certeza que a lâmina não está contaminada por vírus.

No caso de orquídeas monopodias, como Vanda, Renanthera, Rhynchostylis, que soltam mudas novas pelas laterais, deve-se esperar que emitam pelo menos duas raízes para, então, separar da planta mãe.

As orquídeas do tipo vandáceas vão crescendo indefinidamente, atingindo metros de altura. Nesse caso, pode-se fazer uma divisão, cortando o caule abaixo de 2 ou mais raízes e fazer um novo replante. Se a base ficar com alguns pares de folhas, emitirá novos brotos.

Cultivo de Vanda e Afins

A Vanda é uma orquídea de origem asiática que necessita de calor e umidade.

Pode florescer até quatro vezes por ano em condições idéias, mas, se a temperatura baixar a 15 graus, ou menos, durante algumas semanas, pode entrar em estado de repouso ou estagnação por vários meses.

Se a temperatura atingir 30 graus ou mais, mantenha o chão bem molhado, para ou mais, mantenha o chão bem molhado, para aumentar a umidade relativa do ar nas suas imediações.

Requer muito adubo de forma foliar e radicular, porque suas raízes são aéreas. O adubo deve ter maior teor de fósforo, tipo 15-30-20, pois seu caule precisa crescer para uma nova floração. Suas flores podem durar cerca de 30 dias.

Você pode amarra-la num coqueiro, voltada para o lado norte, ou numa haste comprida, mas, se for plantar em vaso, que ele sirva só de base, nunca enterre suas raízes.

Se uma Vanda adulta, bem enraizada, com folhas de igual dimensão do topo à base, não injuriada pelo frio, não florescer, é porque faltou iluminação e/ou rega constante com água levemente em dias quentes e secos.

A Vanda deve ser colocada num local onde local onde receba luz filtrada nas horas de sol mais forte e iluminação direta do sol da manhã e do fim de tarde. Não deve haver nenhuma outra planta que lhe faça sombra em qualquer hora do dia.

Uma Vanda sem boas condições pode até florescer, mas suas haste será curta, com flores menores e forma medíocre.

Pragas e Doenças

Plantas bem cultivadas, isto é, com bom arejamento, boa iluminação, num local de alta umidade relativa e bem alimentadas, dificilmente estão sujeitas a pragas e doenças.

Falta de arejamento e de iluminação podem ocasionar o aparecimento de pulgões e cochonilhas (parece pó branco) que podem ser eliminados por catação manual ou uso de uma escova de dentes molhada com caldo de fumo, se forem poucas plantas.

Se o número de plantas for tal que impossibilite este processo, você pode usar um inseticida adequado.

Planta encharcada pelo excesso de água ou submetida a chuvas prolongadas pode ser atacada por fungos e/ou bactérias, causando manchas nas folhas e/ou apodrecimento de brotos novos.

Na verdade, o encharcamento não é a causa direta do apodrecimento das raízes. O que ocorre é que os fungos ou nematóides que estavam em estado latente, ao encontrar condições favoráveis, se ativam e atacam as raízes.

No comércio existem muitos tipos de fungicidas e inseticidas, mas o manuseio requer cuidados especiais, pois são tóxicos para o ser humano e para outros seres vivos.

Deixamos aqui a velha receita caseira do caldo de fumo que não é nocivo e é fácil de preparar.

Ferva 100g de fumo de rolo picado em um litro e meio de água, acrescente uma colher de chá de sabão de coco em pó e borrife as plantas infectadas. É importante ferver o fumo, pois pode ser portador do vírus do tabaco.

Para combater pulgões e cochonilhas, pode –se também usar spray doméstico, tipo mata mosca, baratas, etc, feito à base de água e não querosene. Uma outro boa opção é de usar o óleo da semente de Neem que atua como inseticida e fungicida.

Mais detalhe no livro Orquídeas – Manual de Cultivo.

Situando as Orquídeas

A orquídea pertence a uma família de plantas subdividida em mais de 1.800 gêneros e cada gênero possui de uma a centenas de espécies.

O número total de espécies oscila em torno de 35.000, espalhadas pelos quatro cantos mundo. O gênero Isabelia, por exemplo, possui apenas 2 espécies.

O gênero Cattleya possui cerca de 70 espécies. E o gênero Bulbophyllum tem mais de mil espécies.

As orquídeas mais populares são dos gêneros (C) Cattleya, (L) Laelia (lê-se Lélia), (Onc) Oncidium (umas das espécies é conhecida como Chuva de ouro), (Milt) Miltônia (Den) Dendrobium, (V) Vanda, (Paph) Paphiopedilum, Phalaesnopsis (lê-se Falenópsis), (Paph) Paphiopedilum, conhecido como sapatinho (lê-se pafiopédilum).

Nomes das Orquídeas

Os nomes das orquídeas são dados em latim ou grego clássicos, línguas mortas, para que sejam os mesmos no mundo inteiro e nenhuma língua viva prevaleça sobre a outra. Assim, costumam oferecer algumas dificuldades na escrita na pronúncia. Segundo convenção cientifica, nomes de gêneros e espécies devem ser escritos em Itálico. Veja os exemplos:

- O conjunto de vogais ae lê-se e. Ex.: Laelia (Lélia). Exceção: Aerides (Aérides).
- O conjunto de vogais oe também tem som de e. Ex.: Coelogyne (Celogine).
- Ph tem som de F. Ex.: Xanthina (Ksantina).
- CH tem som de K. Ex.: Chiloschista (Kiloskista), Pulchelum (pulkelum), Chondrorhyncha (kondrorrinka), Chocoensis (Ornitorricum).
- TI seguido de vogal soa como ci, exceto quando precedido de s, t ou x.

Ex.: Constantina (Constancia), Neofinetia (Neofinecia), Bletia (Blecia), Comparetia (Comparetia), Pabstia (Pabistia).

Classificação por Habitat

De acordo com o lugar no seu habitat de origem, as orquídeas são classificadas como Epífitas, Terrestres ou Rupícolas.

EPÍFITAS, a maior parte das orquídeas, vivem grudadas em troncos de árvores, mas não são parasitas, pois realizam a fotossíntese a partir de nutrientes absorvidos pelo ar e pela chuva. Portanto, ao contrário do que se pensa, não sugam a seiva da árvore.

TERRESTRES, vivem como plantas comuns na terra. Ex.: Paphiopedium, Arundina, Neobenthamia, Bletia, embora aceitem o plantio em xaxim desfibrado.

RUPÍCOLAS, são as que vivem sobre rochas, fixadas nos liquens das fendas. Ex.: Laelia flava.

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